O espelho e a tela: Quando o Feed define?

Você já parou para pensar em como as redes sociais moldam sua autoimagem? Neste artigo, falaremos como os “espelhos digitais” das plataformas digitais influenciam nossa percepção e identidade. Veja como redefinir essa relação e encontrar o nosso verdadeiro eu.

O novo espelho: A tela do seu celular

Vivemos numa era em que nunca olhamos tanto para a própria imagem. Nossos feeds funcionam como espelhos. Mas, ao invés de refletir quem realmente somos, eles frequentemente projetam ideais irreais. Essa dinâmica cria um ciclo implacável de comparação e busca por validação.

Quando você entra no Instagram ou qualquer outra plataforma, o que você encontra?

  • Rostos impecáveis ​​(graças a filtros, plásticas e edições).
  • Vidas perfeitamente roteirizadas (que escondem as verdades e os momentos difíceis).
  • Corpos idealizados (muitas vezes inatingíveis para a maioria das pessoas).

Mas, esses reflexos não são reais, são apenas construções cuidadosamente planejadas. E, embora admiremos imagens projetadas por estranhos, a verdade é que essas imagens estão nos dizendo algo sobre nós mesmos — e geralmente, não é algo positivo.

Essas imagens nos dizem o quanto somos insuficientes: o que precisamos mudar, o que precisamos ter, e que precisamos ser o melhor, o tempo todo.

A tragédia da validação e comparação

Lembra da Rainha Má de Branca de Neve? Ela vivia obcecada com sua beleza e buscava constantemente a aprovação do espelho mágico. Quando certa vez, o espelho disse que havia uma pessoa mais bela, ela entrou em colapso emocional.

Hoje, somos todos um pouco como a Rainha Má. Não porque somos maus, mas porque somos humanos, inseguros e emocionalmente frágeis. Buscamos validação externa porque, não aprendemos e nem mostramos interesse em desenvolver a habilidade de aprovar a nós mesmos, de gostar do que somos, de amar nossos processos. Assim como a rainha, nós dependemos que algo ou alguém de fora, nós valide!

Mas há uma diferença entre nós: a Rainha Má pelo menos tinha coragem de fazer a pergunta diretamente ao espelho. Hoje, não precisamos fazer isso: Os feeds já lançam um milhão de rostos e vidas aparentemente melhor que as nossas, nos comparando uns com os outros, antes mesmo de abrirmos a boca. Eles nos dizem, sem pedir licença:

  • “Você deveria ser mais magro(a).”
  • “Você deveria ter mais sucesso.”
  • “Você deveria ser mais feliz.”
  • “Você deveria colocar mais peito.”
  • “Você deveria mudar o nariz”

E nós acreditamos nos espelhos, sem questionar.

Comparar-se é Perder-se

Quando nos comparamos com outros, perdemos algo importante: nossa essência e autenticidade. Afinal, quem estamos tentando ser? O reflexo de quem?

Algum sábio já deve ter dito em algum momento: “O verdadeiro espelho revela o que há dentro.” E é verdade, encarar o espelho da nossa existência exige coragem. Afinal, nele, vemos não só nossa beleza, mas também nossas cicatrizes, medos e sombras. E ao mesmo tempo que assusta, isso pode ser libertador.

Até quando você deixará o feed Definir quem você é?

Aqui, chego a uma pergunta importante: Até quando você aceitará ser um reflexo distorcido de pessoas que nem sabem de sua existência?

Porque, no final das contas, o que realmente deve importar pra gente não é o número de likes ou seguidores e sim a certeza de ser você mesmo, a conexão pura com quem você está buscando se tornar, sem filtros, sem edições, sem inveja e sem comparações.

Encontre o Verdadeiro Espelho

Seja honesto consigo mesmo: até que ponto suas redes sociais definiram sua autoimagem? Como você pode usar essas plataformas de formação mais consciente?

Para ajudá-lo nessa jornada, confira estes recursos:

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